Álcool na pandemia
Pesquisas apontam aumento e abuso no consumo de bebidas alcoólicas em meio ao caos do coronavírus. A ansiedade, nervosismo, insônia, preocupação, medo, irritabilidade, tristeza dificuldade para relaxar estão atrelados ao exagero do álcool em meio a covid-19. Erguer o copo para brindar nascimentos, aniversários, casamentos, formaturas e tantos outros encontros especiais é ritual indispensável nas mais variadas culturas. O timtim simboliza a celebração, bem-estar, alegria e o desejo de saúde. Além desses cenários festivos os efeitos vindos das latas e garrafas também são almejados em contextos angustiantes e solitários como antídoto para a dor. O risco de abusos alcoólicos e até de dependência em meio às catástrofes naturais, ao terrorismo, ao luto e outras situações difíceis e isso não seria diferente com a crise sanitária trazida pelo Coronavírus, além do medo do contágio, da preocupação com a família, amigos, tem a ansiedade sobre a vacinação, problemas financeiros, incertezas com futuro. Como diz Chico Buarque: “a gente vai tomando.. porque também sem cachaça ninguém segura esse rojão! E que rojão!”.
Este panorama mundial tem preocupado até a OMS – Organização Mundial da Saúde orientando os governos a limitar a venda de bebidas alcóolicas durante o período da pandemia, principalmente porque com o fechamento de bares, restaurantes, boates e o cancelamento de shows, o lar passou a ser o principal ambiente para o consumo etílico. O que ocorre é que muitos enchem o copo para esquecer e tentar aliviar o sofrimento através do álcool.
Abuso do álcool
Questionários online respondidos por 44 mil pessoas dos quatro cantos do Brasil entre abril e maio de 2020 confirmam que houve um aumento de 18% no consumo de bebida. Com a chegada da pandemia alguns sentimentos como tristeza, desgastes emocionais aparecem por trás dos exageros de quem bebe pesado e de maneira deselegante, o chamado porre, que corresponde a tomar cinco ou mais doses de bebidas em uma única ocasião, ou seja, 2 litros de cerveja de uma só vez, por exemplo.
Baixa imunidade
O consumo abusivo do álcool prejudica a microbiota intestinal e quando há desequilíbrio dos microrganismos ali sobra a probabilidade de substâncias inflamatórias viajarem pela circulação abalando nossas defesas naturais. Este processo dificulta também a absorção de vitaminas e minerais essenciais para imunidade.
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